domingo, 18 de janeiro de 2009

Idiot Wind

Primeiramente, o que eu levei desse almoço de família foi o olhar das pessoas que escutavam a conversa. Todos escutavam o que eu dizia com tanta atenção, que parecia que um mistério estava sendo revelado. Por que uma menina tão bonita, meiga e inteligente (sim, eu tenho uma auto-estima razoável) chega aos dezoito anos sem ter namorado?

Pois então, da mesma forma que todas as outras coisas da vida acontecem. Casar por conveniência, nunca ter conhecido os pais, ter o seu primeiro orgasmo aos 60 anos de idade. A minha própria prima ficou surpresa quando eu disse a ela que eu tenho amigas que estão juntas comigo desde o maternal. Ela disse que nunca chegou nem perto de ter uma amizade assim e não imagina como é.

E nem pode imaginar. Assim como eu não posso imaginar como é namorar uma pessoa durante 8 anos. Ninguém pode imaginar o que não viveu. Todo mundo tem as suas piores e melhores lembranças porque a gente só pode se comparar com a gente mesmo. Não se pode dizer que a explosão de sofrimento de uma criança que acabou de ralar o joelho é menor que a de um suicida instantes antes de morrer. Não se pode dizer que uma pessoa amou mais do que outra. Pessoas diferentes, circunstâncias diferentes, experiências diferentes.

"It was gravity which pulled us down
And destiny which broke us apart...”

Nenhum comentário: